Três Marias propõem um ensaio acerca da ruptura do status quo da linguagem audiovisual contemporânea. O filme descarta as ferramentas herdadas desde o advento do som sincrônico, desverbaliza o discurso cinematográfico e nega elementos dispersivos.  A narrativa é alicerçada sobre três eixos condutores: A fotografia, a música e a montagem, com objetivo de produzir significados que a princípio não são do plano, mas criam sinergias pela sua justaposição e encadeamento lógico através ligações óbvias (ou não) de espaço-efeito-causa. Depois, estes planos quando montados adquirem significados cinematográficos e dramaticidade pela percepção sígnica.

A direção inspira-se nos escritos do filosofo Merleau Ponty, propõem um olhar entre a Fenomenologia e as ferramentas da linguagem cinematográfica sob um contexto merleau-pontiano e suas potenciais abordagens no cinema.

O conflito do roteiro remete a mitologia greco-romana, a Órion quando trata o drama familiar envolvendo amor, desilusões, traições e morte. Transposto ao universo do filme, as personagens representam essas simbologias no plano da semiótica em três esferas distintas, construindo recortes dos dramas e angustias de cada fase da vida: Maria Julia, (Descoberta-Ingenuidade), Maria Rita, (Realidade-Confrontação), Maria Isadora, (Maturidade-Desilusão).

Maria JÚLIA, (Mariana Rodrigues).
Incomunicabilidade com a família,
Descoberta da primeira paixão,
Acredita e sofre por amor,
Rebeldia,
Fantasia,

Maria RITA, (Jacqueline Wismeck).
Incomunicabilidade com a família,
Descrença no amor,
Desejo de maternidade,

Maria ISADORA, (Mary Anne Silva Corso).
Incomunicabilidade com a família,
Já formou a família,
Perdeu a família,
Ausência
Desistência,